EPM e CIJ promovem o seminário ‘Crianças indígenas’
Foi realizado hoje (20), no Fórum João Mendes Júnior, o seminário Crianças indígenas, promovido pela EPM, em parceria com a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ-TJSP).
Na abertura do evento, o coordenador da CIJ, desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa, destacou que o seminário reuniu “personalidades que têm em comum a luta em prol da criança e do adolescente”. Também estava presente o vice-presidente do TJSP, desembargador Ademir de Carvalho Benedito, que representou o presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti. “Trago os cumprimentos da Vice-Presidência, e do presidente Paulo Dimas, à Escola Paulista da Magistratura e à Coordenadoria da Infância e da Juventude pela brilhante iniciativa. É uma ação inovadora ao tratar de tema tão peculiar, pois envolve uma comunidade muito presente, inclusive na capital, e que merece da área da Infância e da Juventude um olhar especial.”
A mesa de abertura também foi composta pelos desembargadores Antonio Carlos Malheiros (integrante da CIJ e coordenador do seminário) e Reinaldo Cintra Torres de Carvalho (vice-coordenador da CIJ); e pelos juízes Daniel Issler (assessor da Vice-Presidência do TJSP), Gabriel Pires de Campos Sormani (representando a Corregedoria Geral da Justiça) e Egberto de Almeida Penido (1ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital), que integram a CIJ.
O primeiro palestrante foi o juiz Daniel Issler, que traçou histórico dos povos indígenas no nosso país, desde a época da colonização. “Índio é o nome genérico dado pelos conquistadores para os habitantes da América – mais de três mil culturas diferentes em todo o continente”. Falou, também, sobre os motivos da diminuição da população indígena, como doenças contagiosas, escravidão e imposições culturais e religiosas pela cultura europeia. “Dos cinco milhões estimados na época da conquista, nos dias atuais somente 817 mil se autodeclaram índios, distribuídos em 305 etnias e que falam 274 línguas. Aproximadamente 36% destes moram em São Paulo”, completou.
Já o desembargador Reinaldo Cintra Torres de Carvalho abordou projeto desenvolvido por ele e pelo juiz Daniel Issler quando atuaram no Conselho Nacional da Justiça (CNJ). “O ‘Cidadania um Direito de Todos’ foi criado a partir da preocupação com a carência de apoio do município e do estado em situações que envolviam a comunidade indígena, principalmente em relação à documentação dessa população. Não há como questionar direitos sem que se prove a existência da pessoa. Para tanto é preciso que exista um documento emitido por órgãos competentes”, explicou.
De acordo com o desembargador, na primeira atividade do projeto, desenvolvida em Campo Grande, foram emitidos 600 documentos. Já em Dourados, foram registradas 5,5 mil certidões. “A Coordenadoria da Infância se colocou em posição de liderança e conseguiu parceiros, como o Instituto IRGD, o Ministério Público, o INSS, a Receita Federal e outros, com apoio da Funai”, relatou.
O juiz Egberto Penido também participou para esclarecer dúvidas de participantes sobre menores em conflito com a lei. Para ele, “o sistema institucional precisa lidar com essas situações levando em consideração os aspectos culturais, além da verificação dos fatos”.
Os interessados poderão acessar o evento pelo endereço www.nucleomedia.com.br/tjsp-cij.
Comunicação Social TJSP – HS (texto) / DG (fotos)