Comunicação não-violenta é discutida no curso de ‘Formação de facilitadores em processos circulares’

Silvio de Melo Barros foi o palestrante.

 

No último dia 22, o tema “Comunicação não-violenta” foi analisado no curso Formação de facilitadores em processos circulares da EPM. A exposição foi feita pelo professor Silvio de Melo Barros e teve a participação do juiz Egberto de Almeida Penido, coordenador do curso.

 

Na abertura dos trabalhos, Egberto Penido lembrou que o objetivo do curso é a sistematização dos 16 núcleos de Justiça Restaurativa implantados nas Regiões Administrativas Judiciárias (RAJs), com o uso da técnica do processo circular para a construção da paz, inspirada nas práticas da professora Kay Pranis. “Trabalhamos a Justiça Restaurativa como valor nas suas dimensões relacional, institucional e social, e também com o viés interinstitucional, inter setorial, sistêmico, rede, para que a violência seja trabalhada na sua complexidade, conflitos e potências de criatividade”, esclareceu. Ele ressaltou que a implementação dessas práticas será supervisionada por meio da constituição de um grupo de gestores. “É um caminho simples, mas não é fácil a lida da violência nessa potência”, sintetizou.

 

Silvio de Melo Barros iniciou sua exposição afirmando que a comunicação não-violenta se fundamenta em um conhecimento vivencial e não acadêmico. Ele salientou que o conflito não deve ser considerado como bom ou mau, mas como um sinal de que algo precisa ser mudado. “Conflito é uma comunicação, um sinal de que algumas necessidades não estão sendo atendidas”, explicou. E acrescentou que a comunicação não violenta não é uma técnica objetivando alcançar algum tipo de resultado ou manipular alguma situação envolvendo outras pessoas. “Dependendo de como é meu diálogo interno, provavelmente será meu diálogo externo. A comunicação não-violenta é uma postura de vida, embora não seja um caminho fácil. Diante de situações desafiantes é difícil manter a presença e olhar para o que está por trás de tanta agressão e também entender o que está reverberando em mim naquele momento”, ponderou.

 

Na sequência, citou uma pesquisa desenvolvida há 75 anos na Universidade de Harvard (EUA) que tenta desvendar o segredo da felicidade, estudando um grupo de 724 alunos. “Passado esse tempo, constataram que as pessoas mais felizes são aquelas que cultivaram as melhores relações, não aquelas que tiveram os melhores empregos, criaram as maiores empresas ou que ficaram ricas”, concluiu.

 

Curso


Composto por 11 encontros, com término em fevereiro de 2018, o curso Formação de facilitadores em processos circulares é realizado presencialmente na capital e telepresencialmente nas RAJs com sede nas comarcas de Ribeirão Preto, Campinas e Sorocaba. A coordenação está a cargo do juiz Egberto de Almeida Penido, com coordenação adjunta dos juízes Eliane Cristina Cinto, Erna Thecla Maria Hakvoort , Marcelo Nalesso Salmaso e Vanessa Aufiero da Rocha.


 

Na aula inaugural, realizada no último dia 15, foi debatido o tema “Procedimentos restaurativos”, com exposição do juiz Egberto de Almeida Penido e da assistente social Andrea Svicero, supervisora da Seção Técnica de Justiça Restaurativa da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do TJSP.

 

O curso é destinado a magistrados, promotores de Justiça, defensores públicos, equipe técnica e demais profissionais aprovados no curso de Introdução em Justiça Restaurativa, realizado pela EPM de 23 de junho a 4 de agosto de 2017, e previamente indicados por gestores de projetos de Justiça Restaurativa nas RAJs.

 

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