10ª Edição do Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público destaca a música como forma de inclusão social

No dia 21 de fevereiro, a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo realizou a 10ª edição do Simpósio Qualidade de Vida no Serviço Público, com o apoio  da Escola Paulista da Magistratura (EPM), da Secretaria da Área da Saúde (SAS), do Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra) e da Secretaria de Primeira Instância (SPI).        

O evento destina-se a magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo e tem o objetivo de transferir conhecimentos e promover a reflexão sobre a importância da promoção da saúde e a melhoria do clima organizacional no ambiente de trabalho.       

Com o tema “Música e Superação”, o maestro João Carlos Martins falou para uma plateia lotada. O evento aconteceu às 10 horas, no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, e contou com a participação de magistrados e servidores, além dos que o acompanharam pela internet, num total de 53 comarcas.        

À mesa de trabalho estavam o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori; o corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini; o secretário da Presidência, Kauy Carlos Lopérgolo de Aguiar, a secretária da Área da Saúde, Mariangela Maluf Lagoa, e o palestrante João Carlos Martins.        

Na abertura, o presidente Ivan Sartori cumprimentou o público presente. “Nosso querido maestro faz inclusão social por meio da música e é extremamente elogiado pela sua lição de vida. Estamos fazendo de tudo para que os servidores tenham melhores condições de trabalho, estamos trabalhando para isso. O Judiciário não existe sem os servidores. O Cetra está dando certo”, afirmou Sartori. Ele agradeceu ao corregedor José Renato Nalini – sem o qual a eficiência da atual gestão não seria a mesma –, aos juízes assessores e à secretária da SAS. O presidente também presenteou o maestro com duas camisetas da campanha “Doar é Legal – A Vida é Recarregável”, promovida pelo Comitê de Ação Social e Cidadania do Tribunal de Justiça de São Paulo (CASC).        

Em seguida, o corregedor José Renato Nalini falou: “nós estamos hoje vivendo um dia glorioso”. Ele citou brevemente a trajetória do palestrante, repleta de superação e realizações, e se regozijou pela presença do ilustre convidado. “Hoje trazemos o maestro para afinar nosso instrumento na grande orquestra que é o Tribunal de Justiça. Esperamos uma Justiça mais harmoniosa, mais rápida e mais eficiente. Todos seguiremos seu exemplo de vida. A música está tornando mais glorioso este espaço. Bem-vindo, maestro. Deus lhe pague por essa dádiva. Muito obrigado.”         

O maestro João Carlos Martins vestiu a camiseta da campanha “Doar é Legal” por cima da roupa, agradeceu a presença da plateia e disse se sentir honrado por ter feito o concerto de encerramento de Natal no TJSP. Ele citou uma frase do pensador Roberto Campos em que muitas vezes as intenções são melhores que os resultados.        

“O mais importante na vida é não perder a esperança, o sinônimo de dor é esperança. Fiz 19 operações no braço e há oito meses fiz uma operação que durou cerca de 9 horas. Hoje, todos os dias, das 5h às 7h, faço fisioterapia. Na sala São Paulo, madrugada adentro, treino para recuperar os movimentos”, contou. “Minha vida foi de altos e baixos Agradeço a Deus por meu pai ter me presenteado com um piano aos 8 anos”, recordou o maestro.        

Carreira – O maestro disse que aos 13 anos começou sua carreira nacional e, aos 18, sua carreira internacional. Aos 26 anos tiveram início seus problemas físicos, que implicaram a perda parcial do movimento das mãos. Martins contou que depois de 19 operações sabia que não poderia mais tocar piano como antes. Em razão das limitações, desenvolveu um estilo próprio de tocar piano, ao mesmo tempo em que começou a se dedicar à regência.        

Reconhecido como um dos maiores intérpretes mundiais de Bach, de quem gravou a obra completa, o maestro disse que a vida tem que ser feita de humildade. “Em 2004 eu me interessei em dividir emoções para multiplicar resultados”, enfatizou.        

O maestro disse que se recorda de um dia em que um jovem infrator da antiga Febem deixou um bilhete na portaria do edifício onde morava: ”tio maestro, Feliz Natal, a música venceu o crime”. “Esse é o poder da música em relação à inclusão social”, relatou Martins.          

O músico lembrou também a emoção sentida quando desfilou no carnaval paulista em 2011. “A Música Venceu” foi o enredo da escola de samba Vai-Vai que contou a história do maestro no sambódromo do Anhembi. “Aquele foi um dos dias mais importantes, vi a história da minha vida sendo contada. Foi o dia que mais chorei. Pude refletir, lembrar-me de muitos momentos de dificuldade, superação, dos meus acertos e erros”, afirmou.        

Martins falou que, numa ocasião que estava em Nova York, para um concerto no Carnegie Hall, decidiu que iria tocar uma parte de uma sinfonia ao piano e, se desse certo, tocaria a segunda parte – se o plano saísse como planejado, ele tocaria o Hino Nacional. Dois brasileiros que estavam em Nova York ficaram sabendo do concerto e entraram com duas bandeiras do Brasil escondidas. “Tudo saiu perfeito, a primeira e a segunda partes” contou o maestro. “E então tocamos o Hino Nacional Brasileiro em pleno Carnegie Hall. Eu me virei para a plateia e vi as duas bandeiras do Brasil. Foi um dos dias mais emocionantes da minha vida. Nesse momento agradeci a Deus por estar fazendo música até o final da vida e por ser brasileiro.”        

“A música tem que tocar o coração das pessoas” disse João Carlos Martins. O músico disse que costuma ir à favela de Paraisópolis, em São Paulo, uma vez por mês para conversar com adolescentes e seus pais e explicar a eles que aprender música significa ter uma atividade, uma profissão. “A música, em seu projeto social, transforma a realidade das pessoas, que irão se apresentar fora do país e representar o Brasil de uma maneira inimaginável para eles”, declarou.       

“Estou com 72 anos e prometi criar mil orquestras de jovens para as cidades que nunca tiveram oportunidade de conhecer a música clássica. Os momentos mais gratificantes da minha vida são aqueles em que estão envolvidos inclusão social e excelência musical. Irei até o último dia de minha vida dignificar o nome do meu país, aqui e lá fora”, afirmou o maestro.       

No encerramento do evento, o corregedor José Renato Nalini disse que as pessoas presentes tiveram uma oportunidade de crescimento com a história de vida e de superação de João Carlos Martins. “Estamos todos admirados com sua energia em encontrar forças. Seu José deve estar muito orgulhoso com os filhos que deixou aqui para serem exemplos. O Ives Gandra Martins é um exemplo de católico que prega o evangelho e o João Carlos Martins oferece um destino mais nobre à infância brasileira. Agradecemos pelo seu gesto de apreço e generosidade para com a Justiça de São Paulo”, finalizou Nalini.        

Em seguida, o diretor da Escola Paulista da Magistratura (EPM), desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, entregou um diploma de gratidão ao convidado e uma caneta.         

O maestro agradeceu a presença de todos e disse que já tem um encontro marcado com o Tribunal de Justiça no concerto de Natal. “É um prazer estar aqui nesta casa porque me dá uma sorte danada”, encerrou, emocionado, o maestro.        

Também estavam presentes no evento os juízes Marcelo Lopes Theodosio, Ricardo Felicio Scaff, Durval Augusto Rezende Filho, Gilson Delgado Miranda, Rodrigo Capez, Dimitrios Zarvos Varellis e a secretária da Secretaria de Primeira Instância, Ana Lucia da Costa Negreiros.

Comunicação Social TJSP – SO (texto) / GD (fotos)       

imprensatj@tjsp.jus.br

 


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