EPM e CIJ promovem o seminário ‘Paternidade como um antídoto para o machismo’

Leandro Ziotto foi o expositor.

 

Foi realizado no último dia 8 no Gade 23 de Maio o seminário Paternidade como um antídoto para o machismo, promovido pela EPM e pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ). Liderada por Leandro Ziotto, administrador de empresas e especialista em advocacy, a aula foi acompanhada por cerca de 800 servidores nas modalidades presencial e a distância. 

        

O debate tratou de temas como machismo, sistema patriarcal e o cuidado com os filhos. A abertura foi feita pelo membro consultor da CIJ, desembargador Antonio Carlos Malheiros. “Leandro trata de uma maneira muito interessante a paternidade. Ele tem uma vivência muito grande no assunto e tecnicamente é excelente”, afirmou o magistrado.  

       

Ziotto é o fundador da plataforma de conteúdo e formação parental 4daddy e integrante dos grupos de trabalho de advocacy “Homens pela primeira infância” e “Criança e Adolescente”, da Rede Nacional Primeira Infância e Rede Nossa SP, respectivamente. Ele iniciou explicando o que é machismo e como ele afeta as relações entre pais e filhos. “Eu percebi que tive uma criação machista quando me vi morando com a minha ex-mulher e o filho dela e não tinha nem ideia de como cuidar da criança”. De acordo com o palestrante, o machismo não faz apenas vítimas mulheres, uma vez que, como sistema consolidado, o patriarcado gera comportamentos tóxicos nos homens quando estereotipa ambos os gêneros.

       

“Os homens sofrem de uma castração emocional muito grande, uma vez que as pressões sociais do sistema exigem que ele seja forte, seja o provedor da família, aquele que não chora e nem demonstra sentimentos. Isso gera indivíduos que se sentem cada vez mais sós, excluídos de um coletivo, mesmo que esteja fisicamente próximo de muita gente, como é o caso de um núcleo familiar”, explicou, acrescentando que o machismo afasta os homens da mágica que é cuidar dos filhos já que, tradicionalmente, a função paterna dita regras, controla, cria imposições e contém impulsos, enquanto às mães cabe o papel de cuidar, amparar, amar e acolher as crianças – sempre segundo os pressupostos do patriarcado.

        

Por isso, a paternidade, se levada de acordo com os princípios da parentalidade – prática que estimula os vínculos afetivos dos pais e mães no sentido de prover tudo aquilo que uma criança precisa para ter um desenvolvimento saudável – se torna um ato afetivo, social e político. “Ela é o pontapé inicial de uma revolução masculina, que mexe muito com as questões internas dos homens e os obriga a trabalhar as emoções”, finalizou Ziotto. Após a palestra, o expositor respondeu perguntas enviadas pelos servidores.

 

Comunicação Social TJSP – AA (texto) / FV (fotos)


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