EPM, CIJ e Comesp promovem o seminário ‘Trauma vicariante e os dilemas da compaixão’

Tema foi apresentado por Denise Gimenez Ramos.

 

No último dia 4, foi realizado no Gade 23 de Maio o seminário Trauma vicariante e os dilemas da compaixão, promovido pela EPM, em parceria com a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Comesp).

 

O evento foi direcionado a magistrados das áreas da Infância e Juventude, da Família, da Violência Doméstica e do Setor de Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com Deficiência e Vítima de Tráfico Interno de Pessoas (Sanctvs) e aberto a servidores, profissionais da Rede de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente e demais interessados. Ao todo, houve 550 inscritos nas modalidades presencial e a distância.

        

A mesa dos trabalhos contou com a presença do integrante consultor da CIJ, desembargador Antonio Carlos Malheiros; do juiz assessor do Decanato e integrante da CIJ, Egberto de Almeida Penido; da juíza Fernanda de Almeida Pernambuco; e da palestrante Denise Gimenez Ramos, doutora em Psicologia Clínica. “É uma alegria e uma honra estarmos aqui com a professora Denise, que veio abordar esse tema fantástico, que mexe com todos nós, magistrados e servidores envolvidos”, disse Malheiros na abertura do evento.

        

A palestrante falou sobre estresse e abordou os tipos de trauma que podem ocorrer ao longo da vida. “Há o trauma do desenvolvimento, decorrente de situações negativas e crônicas durante a infância e a juventude; o transtorno por estresse pós-traumático, como muitos estão passando em Brumadinho; o trauma intergeracional, bastante observado em familiares de vítimas de holocausto, escravidão e genocídio; e o trauma vicariante, que acomete aqueles que são expostos a histórias traumáticas de outras pessoas, como os magistrados”, explicou.

        

A especialista esclareceu que ouvir histórias traumáticas também pode ser traumatizante. “É importante sabermos qual o nosso limite. Não nos damos conta do quanto somos envolvidos, até que adoecemos. É importante perceber o quanto o trauma dos outros nos atinge e desenvolver um olhar cuidadoso sobre nós mesmos. Quando focamos em nós, não abandonamos nossa missão. A solidariedade não é sofrer junto”, afirmou.

       

Egberto Penido elogiou a escolha do tema e enfatizou que o assunto é inspirador e profundo. “Temos muito para pensar e agir. É incrível como as histórias que escutamos no exercício profissional ficam dentro de nós. Somos impactados pela complexidade das situações que acompanhamos no dia a dia”, pontuou.

 

Fernanda de Almeida Pernambuco contou que ficou surpresa quando começou a ler sobre “trauma vicariante”: “tive a sensação de pertencimento. Carregamos as responsabilidades provenientes das decisões. Na Vara na Infância e Juventude, há um sentimento de impotência. Na Vara da Família e das Sucessões, há microtraumas diários”, avaliou.

 

Ao final, a psicóloga convidada recebeu um certificado de participação, entregue pelo desembargador Malheiros. Também prestigiaram o evento os desembargadores Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior e Miguel Angelo Brandi Júnior; a juíza substituta em 2º grau Dora Aparecida Martins; e as juízas Manoela Assef da Silva e Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, além de servidores e público externo.

 

SB (texto) / KS (fotos)


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