Importância do hábito de leitura é discutida em evento da EPM

Pedro Pacífico foi o expositor.

 

A EPM promoveu ontem (23) o encontro virtual Conversas sobre leituras de quem julga, com exposição do advogado Pedro Pacífico, criador do perfil literário Bookster (@book.ster). A gravação está disponível na Central de vídeos do site da Escola.

 

Na abertura, o diretor da EPM, desembargador Luís Francisco Aguilar Cortez, agradeceu à coordenadora do encontro, ao palestrante e demais participantes e lembrou que a Escola disponibilizou recentemente um espaço em seu site para os magistrados compartilharem resenhas de livros com os colegas.

 

A juíza Camila de Jesus Mello Gonçalves, coordenadora do evento, agradeceu ao diretor da Escola pela oportunidade e ao palestrante pela disponibilidade e explicou que a ideia foi fazer um encontro informal, em clima de conversa, possibilitando perguntas dos participantes.

 

Pedro Pacífico observou inicialmente que a leitura é ausente do nosso dia a dia, porque poucas pessoas falam sobre livros no escritório ou em reuniões de família. E lembrou que a figura tradicional do livreiro foi substituída pelos vendedores das grandes redes, que sabem quais são os best selers, geralmente de autoajuda, mas não necessariamente conhecem os livros.

 

Ele salientou a importância do esforço para criar o hábito de leitura, que pode ser de apenas quinze minutos por dia. “Muitos compram vários livros, leem em pouco tempo, mas depois abandonam a leitura. Tratá-la como um hábito diário é um grande segredo para conseguir se tornar um leitor frequente”, observou. Enfatizou também a necessidade de separar a leitura técnica da leitura por prazer e de atentar para a escolha do que se vai ler, sem se preocupar com “julgamentos” alheios ou ter vergonha de dizer que não leu ou que não gostou de algo. “Você é a melhor pessoa para escolher o livro. Se interessar, leia, não importa qual seja o assunto. Depois que entrar nesse ritmo, você pode se aventurar mais, prestar mais atenção ao que está lendo”, frisou.

 

O expositor apontou como papel fundamental da leitura, ao apresentar outras realidades, a possibilidade de fazer com que o leitor se coloque no lugar do personagem, se aproxime da perspectiva do outro e tenha mais empatia, compreensão e compaixão. “O próximo passo é o respeito, porque começamos a entender porque a pessoa pensa daquela forma, o que a levou a agir daquela maneira, sem eximir responsabilidades, e isso é importante para quem julga”, ponderou. E asseverou a contribuição da leitura para a diminuição de barreiras, ideias erradas e preconceitos construídos ao longo do tempo, bem como para fazer com que se ouça mais e se critique menos. “É importante aceitar que você pode mudar de opinião a qualquer momento, que estamos aqui para aprender. E isso vai muito além do que escrever melhor, ter um vocabulário melhor ou conversar sobre diferentes assuntos”, ressaltou.

 

Ao final, Pedro Pacífico fez algumas sugestões de livros: O tribunal da quinta-feira, de Michel Laub; A balada de Adam Henry, de Ian McEwan; Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé; O Sol é para todos (To kill a mockingbird), de Harper Lee; Frankenstein, de Mary Shelley; e Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus.

 

MA (texto) / Reprodução (imagens)


O Tribunal de Justiça de São Paulo utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TJSP