99 juízes começam curso de Iniciação Funcional
A Justiça paulista conta agora com mais 99 novos
juízes. No último dia 8/01/07, os juízes aprovados no
178º Concurso de Ingresso na Magistratura participaram da aula inaugural
do Curso de Iniciação Funcional, promovido pela Escola Paulista da
Magistratura. A aula foi presidida pelo desembargador Antonio Rulli
Junior, vice-diretor da EPM, e contou com a participação dos
desembargadores Celso Luiz Limongi, presidente do Tribunal de Justiça de
São Paulo; Carlos Augusto Guimarães e Souza Júnior, presidente do
Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais de Magistratura
(Copedem); Guilherme Gonçalves Strenger, membro do conselho consultivo
da EPM, e, dos juízes Regis de Castilho Barbosa Filho, representando a
Apamagis e Evanir Ferreira Castilho, presidente do Tribunal de Justiça
Militar.
Também
estavam presentes os desembargadores Antonio Carlos Malheiros, Antonio
Carlos Munhoz Soares, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, José Damião
Pinheiro Machado Cogan, José Gonçalves Rostey, José Orestes de Souza
Nery, Jurandir de Sousa Oliveira, Kioitsi Chicuta, Ligia Cristina de
Araújo Bisogni, Oscarlino Moeller, Roque Antonio Mesquita de Oliveira,
Vera Lúcia Angrisani e Regina Zaquia Capistrano da Silva; e o juiz
Cláudio Emanuel Gracioto.
No seu
discurso, o presidente do TJ felicitou os colegas recém-ingressos na
magistratura e afirmou que devemos estar permeáveis às novas idéias.
Para o desembargador Celso Luiz Limongi, o juiz precisa refletir sobre
as conseqüências de seus atos. “Muitas vezes o juiz desconhece o impacto
de suas decisões. Nós operadores do Direito precisamos conhecer muito
bem a realidade que nos cerca para poder fazer Justiça.”
“O juiz pode deixar de cumprir uma Lei injusta?”,
questionou o presidente do TJ. Para ele, é uma suma ironia que os
segmentos mais carentes da sociedade, que receberam uma intervenção
mínima do Estado, possam receber uma intervenção penal máxima. “Existem
vários mitos na nossa Constituição: somos todos livres? Quem é que pode
se internar na UTI do Hospital Albert Einstein?” O presidente do TJ
ainda questionou: o legislador trabalha para o bem comum? “Acho que não,
apenas para aqueles grupos que estão ao seu redor. Para julgar temos
que pensar quem é que está por trás da Lei.”
O
desembargador Guimarães e Souza lembrou que, antes da existência das
escolas, o juiz que passava no concurso de ingresso na magistratura era
considerado pronto para assumir o seu posto. “Éramos jogados no fogo.
Assumíamos as comarcas temerosos. Eu não tive a ventura de ser recebido
por um colega. Hoje as escolas realizam um trabalho que supre as dúvidas
que são de todos nós.”
O curso de
Iniciação Funcional da EPM, segundo Guimarães e Souza, é objeto de
estudo de outros estados, que ainda não têm o curso preparatório para o
ingresso na magistratura. “A carreira deve ser composta por juízes
vocacionados, caso contrário, serão meros burocratas. Aplicadores de
cláusulas vinculantes.”
O objetivo do curso de Iniciação Funcional é dar
subsídio prático aos novos juízes. Assim como tirar suas dúvidas e
estudar temas que o magistrado deve analisar, mas que muitas vezes não
encontra solução na doutrina ou na jurisprudência. A duração do curso é
de quatro meses e está dividido em três áreas: Criminal, Cível e
Especial. A área Especial trata das questões que dizem respeito ao
dia-a-dia do juiz, como crimes por computador, a relação com a imprensa,
qualidade de vida, etc.
A juíza
Marian Najjar Abdo, 3º colocada na lista de aprovados no 178º concurso,
acredita que o juiz tem que ter muita sensibilidade para exercer seu
ofício. “O juiz deve ser uma pessoa envolvida tanto com o trabalho
quanto com os problemas sociais, as injustiças e discrepâncias da
sociedade brasileira.”
O juiz
Guilherme Duran Depiere, 2º colocado no concurso, espera encontrar muito
trabalho pela frente. “Espero exercer da melhor forma possível, com
muito cuidado, dedicação e zelo o meu papel. Tenho conhecimento da
responsabilidade do cargo que eu vou assumir.”