Núcleo de Estudos em Direito Constitucional retoma as atividades com debates sobre os impactos da IA no Judiciário

George Marmelstein foi o expositor.

 

As melhores maneiras de utilização da inteligência artificial no Poder Judiciário e os cuidados com o uso da ferramenta foram discutidas no encontro inaugural da décima edição do Núcleo de Estudos em Direito Constitucional, promovido hoje (9) pela EPM, com exposição do juiz federal George Marmelstein Lima. Realizado de maneira on-line, o núcleo teve 55 magistrados matriculados, de nove tribunais.

 

Na abertura, o diretor da EPM, desembargador Gilson Delgado Miranda, agradeceu a participação de todos e lembrou que o objetivo da nova edição do núcleo é aprofundar o conhecimento doutrinário e jurisprudencial quanto ao impacto da IA, em cotejo com o Direito Constitucional.

 

O desembargador Luis Francisco Aguilar Cortez, coordenador do núcleo, ressaltou a importância de debater o uso da IA no Judiciário e entender qual o melhor uso para haver ganho de qualidade e de produtividade. O juiz Renato Siqueira De Pretto, também coordenador, salientou a experiência do expositor convidado, como um dos pioneiros na utilização da inteligência artificial generativa no Direito.

 

George Marmelstein destacou o objetivo de construir uma base de ferramentas e habilidades que possam aprimorar a jurisdição, melhorar a qualidade das decisões e proporcionar uma Justiça mais célere e efetiva. Ele ponderou que a IA traz riscos, como desemprego e possibilidade de crise energética, mas apresentou aspectos otimistas e práticos sobre o seu uso. “Há o medo de usar a IA porque ela cria doutrinas e jurisprudências que não existem, as famosas alucinações, mas isso não é falha da máquina. É a falta de conhecimento do ser humano sobre a utilização da IA generativa”, disse.

 

O expositor afirmou que com a IA é possível fazer pesquisas mais rápidas, produzir textos melhores e tirar a sobrecarga dos juízes e profissionais do Direito. Ele comentou que demorava aproximadamente duas horas para se preparar para uma audiência, mas, com o auxílio da IA na análise dos casos, passou a levar apenas dez minutos. “Nós do Direito lidamos com problemas alheios e é nosso dever nos cercar das melhores ferramentas para melhorar a jurisdição”, frisou.

 

George Marmelstein Lima fez uma análise sobre o rápido desenvolvimento da IA generativa, comparando a atual versão do ChatGPT com um profissional que possui PhD. “Hoje nós temos um Einstein como assistente”, salientou. Ele apontou cinco habilidades importantes para fazer bom uso da IA: conhecimento que o ser humano tem do tema que será objeto de pergunta para a ferramenta, domínio da máquina, clareza no que será pedido, estilo da escrita e a engenharia de prompt, que é a habilidade der conversar com as máquinas.

 

Ao final, o expositor fez demonstrações sobre o uso da ferramenta para otimizar as tarefas do dia a dia e esclareceu dúvidas.

 

RL (texto) / MB e LS (arte)


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