Magistrados debatem métodos de intervisão para aprimoramento da prestação jurisdicional na área da Infância e Juventude

 Métodos francês e holandês foram apresentados.

 

A EPM realizou hoje (9), de maneira on-line, o Segundo encontro sobre práticas cooperativas de aprimoramento da atuação judicial na área da Infância e Juventude: intervisão interindividual (método francês) e intervisão coletiva (método holandês). A atividade teve como objetivo sensibilizar e mobilizar magistrados para o uso dos dois métodos de intervisão, oferecer suporte teórico e prático para sua aplicação e criar espaços de apoio mútuo voltados ao aprimoramento contínuo da atuação judicial na área.

 

O juiz Eduardo Rezende Melo, coordenador do curso e da área de Infância e Juventude da EPM, explicou que a proposta do encontro é promover um diálogo entre magistrados e apresentar as duas metodologias. Ele destacou que a intervisão é um exercício de reflexão e de aprendizado recíproco, sem hierarquia entre os participantes, pautado na confiança e na confidencialidade. Acrescentou que a prática permite aos juízes observar e repensar suas próprias atitudes durante as audiências, levando em conta aspectos valorativos, empáticos e comunicativos que transcendem a mera aplicação do Direito.

 

Ele salientou ainda que a intervisão ajuda a fortalecer uma visão coletiva da magistratura, favorecendo a troca de experiências e o desenvolvimento de uma atuação mais consciente e humanizada. “A intervisão nos convida a sair do isolamento, a olhar para o modo como conduzimos nossas práticas e a aprimorá-las a partir do olhar de um colega de confiança. É um exercício de autocrítica, empatia e aperfeiçoamento conjunto”, afirmou.

 

O juiz Heitor Moreira de Oliveira, presidente do Fórum das Juízas e dos Juízes da Infância e Juventude do Estado de São Paulo (Foeji-SP), relatou que a experiência com a intervisão impactou positivamente sua prática profissional, especialmente quanto à “pedagogia da audiência”. Ele observou que pequenas atitudes, como se apresentar às partes e utilizar uma linguagem mais acessível, contribuem para que o jurisdicionado compreenda melhor o processo e perceba a Justiça de forma mais próxima. Ele também comentou os desafios relacionados às audiências digitais e à manutenção da serenidade em situações de provocação, destacando que a intervisão ajuda os magistrados a desenvolverem estratégias para lidar com essas circunstâncias.

 

Na sequência, os magistrados participantes debateram casos práticos e compartilharam experiências.

 

RL (texto) / MB e LS (arte)


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