Presidente Ivan Sartori fala sobre relacionamento com servidor em aula magna
Cerca de 300 servidores e magistrados assistiram hoje (24), no Fórum João Mendes Júnior, à palestra do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Garisio Sartori, que falou sobre "O Servidor e a Presidência do Tribunal de Justiça: Uma Conversa Franca", na sequência do ciclo de Aulas Magnas que se realizam todas as sextas feiras.
Na mesma oportunidade, foi inaugurado o Centro de Treinamento e Aperfeiçoamento dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Cetra).
Além desses participantes presenciais, em outra sala também no fórum João Mendes, 160 funcionários assistiram à palestra pelo telão; 16 comarcas e 700 cadastrados puderam acompanhar simultaneamente pela internet. No total, 2100 pessoas assistiram o presidente apresentar um raio-x do TJSP e falar de projetos para a melhoria das condições de trabalho de servidores e magistrados.
Ivan Sartori abriu o evento agradecendo a presença de todos e aos idealizadores do Centro. Ele enalteceu os servidores declarando que “o Judiciário não anda sem o servidor, o magistrado sozinho não faz nada. O servidor é essencial para a prestação jurisdicional. Temos que valorizá-los!”
Na continuidade, o juiz Gilson Delgado Miranda, um dos coordenadores do curso, lembrou “que hoje é um dia muito especial, um momento de festa, de júbilo para nós, de realização de um sonho e que a parceria entre a Presidência, Corregedoria-Geral da Justiça e Escola Paulista da Magistratura foi fundamental para concretizar esse sonho. O Cetra levará cursos de aperfeiçoamento aos servidores de todo o Estado. Começamos com as Aulas Magnas em 2010 e agora teremos o Cetra.
Sartori completou dizendo que o Cetra é o canal para que o servidor leve seus problemas, suas reclamações. “O servidor será muito bem recebido. Todos nós temos a obrigação pela reconstrução do Tribunal de Justiça, que está numa situação difícil. Temos a obrigação de falar aos servidores e magistrados sobre a situação do TJSP. Fiquei no Órgão Especial por quatro anos, mas não conhecia nem 10% do Tribunal. Estou estudando a fundo e conversando com pessoas conhecedoras para me inteirar o mais rápido possível”.
Segundo o presidente, o Tribunal paulista é referência não só pelo tamanho, mas por sua tradição e história. A demanda aumentou e o TJSP não conseguiu acompanhar. “Há muitos projetos enterrados, ideias maravilhosas que não foram executadas, mas não vou culpar ninguém”.
Ivan Sartori comentou ainda que esperava ser um dia Presidente, mas somente daqui a alguns anos; que se candidatou na última hora e acabou vencendo. Ele confessou que se perguntou “o que faço agora? Que responsabilidade!”. Foi então que chamou colegas e recebeu uma força muito grande, de juízes, desembargadores e servidores querendo ajudar.
Em um bate-papo, Sartori reconheceu que os servidores do Judiciário são diferenciados. “O TJSP está de pé por conta de servidores e magistrados que até mesmo já compraram materiais e equipamentos para o trabalho. Fazemos isso por amor ao Tribunal. Amamos o nosso trabalho. Por isso, estamos empenhados em buscar melhorias de condições de trabalho. O Judiciário paulista está em colapso e em situação precária. Banheiros transformados em salas, salas sem ar condicionado, falta de funcionários e um limite orçamentário que não permite a nomeação de novos servidores em número suficiente. Não quero que servidores e magistrados trabalhem dessa forma. Sabemos que pelo estresse em que vivemos, sofremos de distúrbios psíquicos. Os desafetos gratuitos e os oportunistas dos holofotes se vierem conhecer a rotina do Judiciário mudarão de opinião, e, se não mudarem estarão agindo de má-fé”.
O presidente assegura que é preciso injetar recursos financeiros para informatizar, pagar os atrasados e respeitar a data base. O segundo grau está em situação dificultosa, mas o primeiro grau está pior. “Estamos com um problema sério que não conseguimos resolver. Temos que procurar ajuda. Fomos bem recebidos na Assembleia Legislativa e no governo do Estado. Trataram-nos com muita fidalguia”. No próximo dia 28 o presidente se reunirá com o governador Alckmin para falar de precatórios e levará um diagnóstico sobre a situação do Judiciário paulista.
Após a palestra, o presidente respondeu a algumas perguntas. Outras foram entregues a juízes assessores e as demais também serão respondidas brevemente.
Para a servidora Fabiana Vieira dos Santos, “a iniciativa do presidente foi sensacional e tem que ser posta em prática, mas só a boa vontade dele em conversar com os funcionários já é muito importante”.
A assistente social Maria Leda de Carvalho, que há 16 anos trabalha no TJSP, disse que nunca tinha visto um presidente com tanto talento, e disposição em trabalhar em prol dos servidores e magistrados para melhorar as condições de trabalho. “Ele pensa no contexto social como um todo”, disse ela.
Ivan Sartori garante que se depender dele, vai fazer tudo para levantar o TJSP, vai trabalhar dia e noite. “Vamos nos orgulhar cada vez mais do nosso Tribunal. Talvez não consiga fazer tudo, quero ver até onde consigo chegar. Vou buscar a data base dos servidores. Não é possível que nossos funcionários sejam tão desvalorizados, não tem cabimento. Quero valorizar os funcionários. Não sou salvador da Pátria nem mágico, mas vou dizer aos senhores que buscarei resolver o que dá para resolver. Estou feliz por estar no TJSP, por estar aqui hoje. Peço desculpas por todos esses anos, por tudo o que os senhores vêm passando com a situação de seus ganhos e suas condições de trabalho”, finaliza.
Estiveram presentes os desembargadores, José Gaspar Gonzaga Franceschini, vice-presidente do TJSP; Armando Sérgio Prado de Toledo, diretor da Escola Paulista da Magistratura; Vanderci Álvares, coordenador do Núcleo de Conciliação e Mediação e Luiz Antonio Rodrigues da Silva, coordenador do Cetra; os juízes Homero Maion, diretor do fórum João Mendes Júnior; Gilson Delgado Miranda, coordenador do Centro de Apoio aos Juízes do Fórum João Mendes Júnior e José Maria Câmara Júnior, juiz substituto em 2º Grau, além dos juízes assessores da Presidência do Tribunal de Justiça.
Cetra
O Centro de Treinamento e Aperfeiçoamento dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – Cetra, vinculado à Secretaria de Planejamento de Recursos Humanos, foi criado pela Portaria nº 8.490/12, vigorando em 19 de janeiro de 2012.
A criação se deu em razão da necessidade de apoio às unidades judiciais do Estado. Considera-se a capacitação dos servidores um dos pilares para a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pelo Tribunal de Justiça, além da necessidade de ações voltadas ao treinamento e desenvolvimento dos servidores.
A primeira turma a receber o curso do Cetra será da comarca de Rio Claro nos próximos dias 7 e 8, das 10 às 17 horas. Os servidores foram convocados para participarem do Curso Prático – Cartório de Execução Criminal na comarca de Rio Claro.
Comunicação do TJSP - LV (texto) / fotos (DS e LV)