TJSP promove seminário anual “A importância da Saúde na Gestão de Pessoas”
O evento do Tribunal de Justiça de São Paulo, promovido pela Secretaria da Área da Saúde (SAS), VII Seminário A importância da Saúde na Gestão de Pessoas, ontem (16), no auditório do Gade MMDC, sob a coordenação do desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira e da secretária Mariângela Maluf Lagoa, teve a abertura a cargo do desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira. "Há um ano conversei sobre questões pontuais com a Presidência, como por exemplo, os casos de perícias médicas, que chegavam a demorar dois ou três meses para serem realizadas; hoje são feitas em cinco dias”. O desembargador destacou a importância da perícia médica em casos de ansiedade e depressão, "doenças que, se não tratadas, podem levar o indivíduo ao suicídio" e destacou as campanhas realizadas sobre diabetes, pressão alta e a de vacinação contra a gripe (que teve início hoje).
A série de palestras, que se estendeu ao longo dia, teve início com a proferida pelo presidente Ivan Sartori com tema "Valorização do Servidor". Ao iniciar, o presidente agradeceu a manifestação de carinho com a qual foi recebido. "Essa manifestação faz tudo valer a pena. Nós procuramos cumprir o nosso dever, procuramos fazer o máximo nesse curto espaço de tempo que estamos na Presidência.". Ivan Sartori cumprimentou os presentes, entre eles os desembargadores, os juízes assessores, secretários, servidores, funcionários da saúde, médicos, dentistas. “Enfim, todos os que estão trabalhando em prol do Tribunal de Justiça.”
Ele falou sobre o trabalho no TJSP. "Estamos com alguns projetos, o primeiro é a informatização. Teremos 40% do Judiciário informatizado, digitalizado, até o fim do ano. Adjudicamos 144 equipamentos por R$ 50 milhões. Também os servidores de aplicativos, que são importantes para poder agilizar a internet, de 180 servidores passamos a 380. No Fórum João Mendes, 45 varas cíveis já estão digitalizadas. Na grande São Paulo também está crescendo muito a digitalização. No interior, temos fóruns exclusivamente digitalizados, uns já existiam e outros estão sendo implantados." O presidente abordou o tema da construção de prédios. "Estamos implantando o Projeto Fórum São Paulo. Já terminamos a parte de gerenciamento e arquitetura. Após essa fase começaremos os projetos modulares para fazer os contratos de licitação. É um projeto que teve um termo de referência bastante complexo, demandou tempo porque não tínhamos o ‘know how’.
No tema central de sua palestra, o presidente disse que “a questão do pessoal tem sido a grande bandeira da administração. Não adianta termos prédios funcionais, digitalização, se não temos pessoal qualificado, se não temos pessoal prestigiado, se não temos a nossa força de trabalho. Quem não valoriza o seu pessoal está decretando a morte da sua empresa, do Poder, da instituição autônoma que dirige. O pessoal é a alma. O corpo pode ser a estrutura do prédio, a digitalização, mas a alma vem dos recursos humanos". Exemplificando falou sobre o Centro de Treinamento e Apoio aos Servidores (Cetra), sobre o 'Fale com o Presidente', sobre o Grupo Emergencial de Apoio a Unidades Judiciárias (GAUJ), sobre a contratação de servidores, sobre as Regiões Administrativas Judiciárias e o projeto Administração Participativa e sobre os princípios necessários para uma boa administração do pessoal (transparência, impessoalidade, ‘dar o exemplo’, bom senso, respeito e equipe).
A segunda palestra, proferida pelo corregedor-geral da Justiça, desembargador José Renato Nalini, foi sobre o “O que a Justiça espera de mim?” O corregedor-geral citou uma frase do presidente americano John F. Kennedy: “não pergunte o que sua pátria pode fazer por você e sim o que você pode fazer por sua pátria?”. “Nós formamos uma equipe”, prosseguiu, “já fomos denominados de família forense e temos que voltar a pensar como família. Justiça é a nossa forma de ganhar o pão, aquilo que fazemos todos os dias. Mas, o que a Justiça significa para as pessoas? Neste início de milênio o Judiciário foi a entidade mais procurada pela população. Judicializamos todos os conflitos, isso não é normal”. Com um afala muito bem pontuada e esclarecedora, o corregedor-geral foi além do aspecto material. “Temos que fazer do convívio um prazer. Um chefe é um líder, tem que enfrentar a insegurança, a falta de motivação, pois a equipe depende dele.” No tocante ao aspecto espiritial, ensinou que devemos agradecer sempre, "anotando, se possível, três bênçãos recebidas a cada dia”. Ao finalizar, citou Albert Einstein: "o conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro".
O médico cardiologista Antonio Carlos Lopes falou “Como se comportar frente a emergências médicas”. Tema extenso e delicado, afirmou que "uma postura errada, um atraso no atendimento pode resultar em prejuízos muito grande para o paciente. O importante, em casos de emergência, é não perder tempo e levar a pessoa imediatamente ao pronto-socorro".
A quarta palestra foi proferida pela médica geriatra Ana Cláudia de Lima Quintana Arantes sobre “Os cinco maiores arrependimentos”. “Um milhão de pessoas morrem todos os anos, tal fato demonstra a importância dos cuidados paliativos. Nosso objetivo é fazer a pessoa resgatar sua biografia e aliviar os sofrimentos de uma doença crônica”. Segundo ela, entre os arrependimentos mais comuns que as pessoas têm ao se deparar com a morte estão: "devia ter escolhido coisas que me fizessem bem e não coisas para agradar os outros; devia ter trabalhado menos e vivido mais; devia ter demonstrado mais amor; deviaa ter dito que amava tal; devia ter passado mais tempo com meus amigos". Um arrependimento que é o resumo de todos: "gostaria de ter me feito mais feliz”.
O médico psiquiatra Wimer Bottura Júnior abordou o tema “Nós somos fruto da nossa história”. “A psicologia positiva revela que as pessoas felizes são aquelas que sabem lidar com o não. Viver bem é saber viver com a adversidade. O que é comum a todo ser humano é a necessidade de reconhecimento, pertencimento, validação, visibilidade e necessidade de ser ouvido." Ao final, houve um momento musical com o Grupo Brasilidade e o médico cantou uma música que compôs em parceria com Vinícius de Moraes.
O que disseram eles:
“Acho que está sendo bem positivo, começando com o presidente Sartori falando, inspirando lideranças. É um evento que tem tudo para marcar, para começar uma mudança.” Sobre as duas primeiras palestras afirmou que "ambas foram interessantes. Cada uma de uma forma diferente. O presidente puxando mais pelo lado de lideranças e o corregedor-geral falando sobre questões pessoais, sobre a gente pensar na morte, sobre a questão do ser humano errar e aprender com os erros". (Irina Fukumori, chefe de seção do 2º Ofício Cível do FR de Pinheiros)
"Sempre gosto e acho que consegue passar o conteúdo para os funcionários. Acho que o Tribunal poderia fazer mais vezes, com outros assuntos como saúde e educação." (Airton José Vieira, escrivão judicial I da 3ª e 4ª Vara de Execuções Criminais e Decrim 3)
"As duas primeiras e a da doutora Ana Cláudia eu achei bem legal. A que mais me interessou foi a da médica. Gostei dessa ideia de fazer a pessoa pensar sobre a vida." (Dilma Soares Raposo, escrivã judicial I do 5º Ofício Cível do FR de Pinheiros)
"Achei o evento é interessante. Temos que ter um tempo para parar e pensar, pois a rotina do cartório é exaustiva." (Luiz Geraldo da Costa Rosa, escrivão judicial I do 4º Ofício Cível do FR de Pinheiros)
"Todos eles foram muito bons e houve uma correlação muito boa entre uma fala e outra. É um evento que ocorre uma vez por ano e nossa expectativa foi alcançada. As pessoas demonstraram muito interesse. Esse foi um momento em que todos os diretores se encontraram e tiveram a oportunidade de trocas de experiências. " (Mariângela Maluf Lagoa, secretária da SAS e coordenadora do evento)
Comunicação Social TJSP – VG (texto) / AC (fotos)