Saúde mental na infância e juventude é tema de seminário no Fórum João Mendes
A EPM realizou nesta quinta-feira (2), com apoio da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo e da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ), o seminário Saúde Mental na Infância e Juventude. O evento reuniu 200 servidores, magistrados, advogados, psicólogos e assistentes sociais no Fórum João Mendes Júnior e foi transmitido a outros 400 participantes no interior e litoral do Estado.
A abertura do seminário foi promovida pelo coordenador da CIJ, desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa, que também representou o diretor da EPM. “O juiz da Infância e da Juventude tem um conhecimento muito técnico na área do Direito, mas não na área subjetiva. Por isso ele necessita profundamente dos profissionais da área de psicologia, psiquiatria e serviço social para conseguir visualizar os problemas existentes com crianças, adolescentes ou até com as famílias”, afirmou.
A juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Fórum Central, Dora Aparecida Martins, elogiou a iniciativa de discutir as questões propostas para o encontro. “Além de integrarmos o Poder Judiciário, temos uma responsabilidade social com a defesa dos interesses das crianças e dos adolescentes.” O juiz assessor da Corregedoria Paulo Roberto Fadigas Cesar também compôs a mesa de abertura e fez uso da palavra.
A terapeuta ocupacional Marcia Innocêncio Moreno e a psicóloga Janaina Lopes Diogo foram convidadas a falar sobre a "Rede de Atenção Psicossocial no município de São Paulo – Caminho para o cuidado integral em saúde mental à infância e adolescência". Elas contextualizaram as crianças e adolescentes no cenário nacional e explicaram o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) para usuários de crack, álcool e outras drogas. “Até o final do século passado pouco se conhecia dos possíveis transtornos na infância e seus impactos. Com a globalização e os avanços na área médica, foi possível redimensionar as políticas projetadas para esse pessoal.”
O psiquiatra e psicoterapeuta Pedro Carlos Carneiro expôs a "Medicalização e suas consequências". Para ele, o uso abusivo de medicação traz diversos riscos à saúde e necessita de controle médico rígido. “Dentro da reforma psiquiátrica, é preciso propor um modelo de tratamento mais ampliado, em que as causas do transtorno mental sejam compreendidas de forma multifatorial, centrada no sujeito e não apenas na doença”, concluiu.
Ao final, os convidados esclareceram dúvidas do público. O integrante e consultor da CIJ desembargador Antonio Carlos Malheiros e os juízes Gilda Cerqueira Alves Barbosa Amaral Diodatti, Guilherme Silveira Teixeira e Kalid Hussein Hassan também prestigiaram o encontro.
Comunicação Social TJSP – AG (texto) / RL (fotos)