EPM inicia o curso “Formação de Juízes Formadores – 2015”
Teve início hoje (8), o curso Formação de Juízes Formadores – 2015 da EPM, sob a coordenação dos juízes Elaine Cristina Pulcineli Vieira, Maria Domitila Prado Manssur Domingos e Rodrigo Vieira Murat.
Com a duração de dois dias, o curso visa preparar os magistrados para o acompanhamento dos novos juízes, desde o ingresso até o vitaliciamento, tendo em vista que a formação inicial e continuada dos magistrados é a missão primordial da EPM. O curso tem a participação de 26 magistrados presencialmente e 46 a distância.
Na abertura dos trabalhos, o diretor da EPM, Fernando Antonio Maia da Cunha, ressaltou que o curso não tem a intenção de ensinar ou dizer o que cada formador deve fazer em relação aos novos juízes, mas encontrar modos para que todos possam atuar de maneira mais eficaz e uniforme. “A ideia é acrescentarmos mais colegas ao quadro de juízes formadores, em sintonia com as expectativas da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e da Corregedoria Geral da Justiça”, frisou.
A juíza Elaine Pulcineli revelou que a coordenação foi incentivada pelo diretor da Escola a transmitir as diretrizes e as dinâmicas derivadas do curso Formação de Formadores, realizado na EPM em novembro do ano passado, em parceria com a Enfam e a École Nationale de la Magistrature – ENM (França) para magistrados e servidores das Justiças Estadual e Federal. Ela explicou que a ideia é ter, além dos formadores individuais, formadores dos grupos nas RAJs. “Quando iniciamos a carreira, queremos decidir. Mas decidir é o mais fácil. O difícil é lidar com as pessoas, exercer a autoridade sem autoritarismo. Isso vem com o tempo e a experiência, mas também vendo a atuação dos nossos colegas mais experientes e aprendendo suas lições”, ponderou. E salientou que esse é o sentido do curso e que as sugestões e críticas serão bem vindas.
Na aula inaugural, foram debatidos os temas “Por que ser juiz formador – Aspecto motivacional”, com exposições dos juízes Alexandre Dartanhan de Mello Guerra, Maria Domitila e Viviane Nóbrega Maldonado, e “O que a EPM espera do juiz formador? Posturas positivas versus negativas”, desenvolvido pelos juízes Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho, Carolina Nabarro Munhoz Rossi e Maria Domitila.
Alexandre Dartanhan discorreu sobre as razões pelas quais o magistrado, com tantas atribuições cotidianas, ainda encontra tempo para dedicar-se à formação de um novo juiz: “Basicamente porque também passamos pelas dificuldades iniciais e temos consciência do grande distanciamento entre o conhecimento teórico exigido pelo concurso e aquilo que efetivamente vai ser utilizado no dia a dia. O iniciante vem com conhecimentos amplos, mas ainda sem saber ser juiz. O formador é uma referência para ele, porque as dúvidas sempre existem, nos atormentam e é sempre difícil o processo de aplicação da lei ao fato, que hoje também exige aplicarmos valores, princípios, e afastarmos a literalidade das regras – algo que causa muita insegurança para o juiz em formação”.
Viviane Nóbrega Maldonado falou sobre as quatro etapas do aprendizado e, na sequência, o curso passou para a parte mais prática e interativa, focada na participação dos juízes. Nessa fase, ministrada pelos juízes Alexandre Cunha, Maria Domitila Prado Mansur e Carolina Nabarro, o objetivo era transmitir para os formadores um novo método de trabalho, com ferramentas que permitem uma maior participação do juiz no processo do aprendizado e da sua formação, o que foi feito através de uma série de exercícios, com a participação de todos. Ao final, alguns juízes presentes elogiaram a forma de abordagem, que tornou o curso dinâmico e ágil".
Ao falar sobre as expectativas da Escola em relação ao juiz formador, Maria Domitila refletiu sobre o ideal de conduta a partir da experiência pessoal ou, mais apropriadamente, das características positivas de sua própria personalidade e atuação, marcas daquela que definiu como “a juíza que ainda sou”: otimista, arrojada, amiga, humilde e feliz”.
ES (texto e fotos)