Presidente do TJSP e ministro Gilberto Kassab proferem palestras no curso “Temas controvertidos de Direito Urbanístico”

Com palestras ministradas pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, pelo ministro das Cidades Gilberto Kassab, e pelo secretário municipal de Negócios Jurídicos de São Paulo, Luis Fernando Massonetto, foi encerrado hoje (22), o curso Temas controvertidos de Direito Urbanístico da EPM. O evento contou com a pa participação do diretor em exercício da EPM, desembargador Itamar Gaino, que fez a abertura dos trabalhos.

 

Iniciando as exposições, o presidente Nalini, também coordenador do curso, saudou os presentes e agradeceu a participação do ministro, elogiando a Lei Cidade Limpa, criada durante a gestão de Kassab na prefeitura paulista. “A nossa esperança é que a sua criatividade e sua ousadia sejam agora levadas a todas as cidades do Brasil”, declarou.

 

Nalini lembrou a conquista da inclusão da usucapião administrativa no novo Código de Processo Civil (CPC), mas observou que, embora constitua ferramenta jurídica para a melhoria da autoestima  e entusiasmo do possuidor, que tem reconhecida a propriedade sem precisar de ação judicial, ainda é muito grande o número daqueles que precisam valer-se do processo judicial. Falou adiante da simplificação da regularização fundiária, empreendida pela Corregedoria Geral da Justiça de São por meio da edição dos provimentos CG 18/2012, 21/2013 e 37/2013, e pediu a Kassab que levasse ao Ministério das Cidades  a experiência, com vistas à disseminação do projeto pelo Brasil.

 

Kassab respondeu lembrando a existência do Programa Papel Passado instituído pelo Ministério, e colocou-se à disposição para a celebração de um convênio entre a pasta que conduz e o TJSP para implantação do programa no Estado.

 

O ministro ressaltou a importância do Direito na gestão e planejamento de uma cidade, no sentido de apoiar o bom uso dos recursos públicos e ações que visem a melhoria da qualidade de vida do cidadão, e falou de políticas públicas de habitação, enfatizando a importância da participação comunitária na sua implementação. Discorreu adiante sobre “o carro chefe do Ministério das Cidades”, o Programa Minha Casa Minha Vida, e anunciou que o programa pretende atingir, até 2018, a marca de 6,75 milhões de unidades construídas, contemplando 27 milhões de pessoas, já tendo construído 3,75 milhões desde o início do programa, em 2009.

 

“A discussão do Direito Urbanístico implica não só fazer análise da urbanização da cidade do ponto de vista do Direito, mas também avaliar a legitimidade das ações do gestor para atender as expectativas daqueles que o elegeram para melhorar a qualidade de vida. O Brasil só vai resolver a sua questão urbanística no que diz respeito às habitações com priorização política”, asseverou o ministro.

 

A seguir, Luis Massonetto discorreu sobre o tema “Aspectos gerais do Plano Diretor Estratégico”, discutindo sua centralidade nos desafios que a gestão urbana apresenta. “Uma das dificuldades de falar de Plano Diretor é que existe uma ilusão de que seja uma convergência, um instrumento de harmonização dos interesses da cidade. Mas talvez devêssemos enxergá-lo como um instrumento do conflito no qual se manifestam as disputas e as expectativas políticas de uma melhor ordenação do espaço, de inclusão da maior parte da população nos benefícios da vida urbana; expectativas sociais, como a promoção do bem estar e o reconhecimento de novos direitos; expectativas econômicas em torno da regulação do solo urbano e da oportunidade de negócio pela expansão da fronteira do capital imobiliário”.

 

Participaram também do evento os secretários da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República, Luís Ramos, e da Secretaria dos Negócios Jurídicos do Município de São Paulo, Robinson Sakiyama Barreirinhas, e o diretor da Secretaria da Presidência do TJSP, Wilson Levy Braga da Silva Neto, também coordenador do curso.

 

ES (texto e fotos)


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