SAS realiza palestras do “Programa melhor sem tabaco” na EPM
A Secretaria da Área da Saúde (SAS) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizou hoje (27), na EPM, a primeira atividade do Programa melhor sem tabaco, destinado a magistrados e servidores da capital.
Três profissionais da área de saúde do TJSP e uma advogada realizaram palestras: o cirurgião dentista judiciário Marcello Angotti, coordenador de Promoção à Saúde da SAS; Ana Cristina Magalhães Andrade e Fábio Shikasho, médicos judiciários, e a advogada Adriana Pereira de Carvalho.
Marcello Angotti discorreu sobre o tema “O cigarro e a saúde bucal”. Ele falou das consequências negativas mais evidentes do uso do tabaco nessa região do corpo, como o mau hálito, problemas na salivação, escurecimento dos dentes, diminuição do paladar, doença periodontal, câncer e lesões de boca. “Entregaremos o ‘kit fissura’, uma composição de cravo, canela e outros produtos aromáticos, para que vocês controlem com ele a vontade de fumar”, anunciou.
Ana Cristina Andrade proferiu a palestra “O cigarro e o corpo”, na qual descreveu o cigarro como um composto com mais de quatro mil substâncias nocivas. E falou dos aspectos patológicos do tabagismo, “doença causadora de transtornos mentais e comportamentais, que acomete um terço da população mundial (1,2 bilhão de pessoas) e que, sendo a principal causa de morte evitável, causa 13,5 mil mortes por dia”.
Coube a Fábio Shikasho, especialista em Psiquiatria, a análise do tema “O cigarro e a mente”. Ele comentou as medidas auxiliares para ajudar a controlar os efeitos da abstinência, como a ajuda médica, e destacou a motivação e a força de vontade como principais requisitos. Ele informou que menos de 5% daqueles que tentaram parar de fumar obtiveram sucesso depois de um ano, mas observou que as múltiplas tentativas podem ser necessárias, porque “o fracasso passado não impede o sucesso futuro”.
Adriana Carvalho falou, finalmente, sobre “A importância da participação da sociedade civil no controle do tabaco”. Ela relatou o trabalho desenvolvido pela ONG Aliança de Controle do Tabagismo mais Saúde (ACT), que contribui com subsídios para políticas públicas de redução do consumo, produção e exposição à fumaça do tabaco, e na redução dos fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis. Citou também o Decreto nº 5.658/2006, que promulgou a Convenção-Quadro sobre Controle do uso do tabaco, um tratado adotado pelos países-membros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e assinada pelo Brasil em 2003.
Programa terá continuidade com atividades ambulatoriais e terapêuticas
As demais atividades do Programa consistem em consultas médicas e odontológicas nos ambulatórios do TJSP e participação de grupos terapêuticos. Até setembro, médicos e enfermeiros previamente treinados avaliarão a saúde dos participantes, especialmente quanto à presença de doenças associadas ao hábito de fumar (comorbidades) e necessidade de medicação. As consultas odontológicas, com vistas, especialmente, a detecção de lesões cancerizáveis, serão realizadas até outubro.
Além dos exames médicos e odontológicos, serão realizadas seis reuniões de grupos terapêuticos, semanalmente, no prédio da SAS e no Fórum Regional VII – Itaquera. Estas reuniões, conduzidas por profissionais da Secretaria (psiquiatra, psicólogo, assistente social e enfermeiro), têm a finalidade de estimular e encorajar o participante a parar de fumar, com ênfase nas dificuldades individuais dos componentes do grupo.
ES (texto e fotos)