EJUS conclui o “Programa de preparação para a aposentadoria”

“E agora, José?” E agora, Maria? Esta pergunta crucial do poema de Carlos Drummond de Andrade diante dos inevitáveis desgastes à potência vital, aqui parafraseada, bem poderia ser dirigida aos servidores no momento em que depõem as ferramentas com as quais dedicaram a vida em prol da coletividade e ingressam na incerteza produtiva da aposentadoria. Se não se prepararam para esse momento, suas mãos acham-se subitamente vazias, e suas ideias, antes canalizadas para o labor, agora dão voos circulares sobre o estranho e movediço território do ócio, em busca de pouso seguro.

 

Foi com a finalidade de ajudar a construir um sentido para essa nova etapa da vida dos servidores, em que estão prestes a conquistar a oportunidade de viver com mais tranquilidade, que a Escola Judicial dos Servidores (EJUS) concluiu hoje (4), em sua sede, o primeiro Programa de preparação para a aposentadoria, um ciclo de palestras ministrado a 160 participantes presenciais e 400 na modalidade a distância.

 

O ciclo teve como base legal e institucional o Programa Preparatório para Aposentadoria (PPA), implantado no TJSP para a valorização do servidor, consubstanciado na política pública positivada no inciso II do artigo 28 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que prescreve o dever estatal de criar e estimular a preparação dos trabalhadores para a aposentadoria.

 

A palestra de encerramento, proferida pela psicóloga judiciária Maristela Colombo, coordenadora do curso, teve como tema “Reinserção produtiva – valorização social e manutenção da qualidade da vida”. Ela discorreu sobre a possibilidade de construção de uma nova carreira; a descoberta de novas habilidades e potencialidades; a elaboração de novos projetos de vida e, sobretudo, de uma nova visão de mundo de forma prazerosa.

 

Ao longo do curso, foram abordados e discutidos temas como expectativas e aspectos atrativos e aversivos da aposentadoria, perda do status social, mudança no padrão de vida e dificuldades de administração do tempo livre, dimensões socioculturais como o novo lugar do aposentado na sociedade, as limitações próprias da fase, readaptações e cuidados com a saúde, as questões emocionais ligadas à dificuldade em lidar com a perda do trabalho, ansiedade, medo e insegurança, religiosidade, e os aspectos legais e financeiros da aposentadoria.

 

Também proferiram palestras a assistente social Eliana Aparecida Gonçalez Albonette Frois, a psicóloga Mara Cristina Lourenço Lara Leite Pavanello, a diretora de Frequência e Benefícios de Servidores do TJSP, Maria de Fátima Ferreira Rendohl, e a coordenadora de Benefícios, Eliana Araujo Dias, ambas da SGRH.

 

A escrevente Neusa Silva Maebara falou sobre as perspectivas abertas pelo Programa: “o curso foi ótimo porque ajudou a preparar-me; trazendo-me ideias do que fazer no dia a dia da aposentadoria para não a transformar em uma rotina e cair em depressão, como curtir a vida, viajar e cuidar do meu corpo; mesmo porque sou uma pessoa muito ativa”.

 

ES (texto e fotos)


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