No dia 5 de setembro, a estudante russa Mariya Akulich (foto), aluna da Faculdade de Jornalismo Internacional da Universidade de Relações Internacionais de Moscou, participou da palestra de encerramento do curso “Poder Judiciário para jornalistas – A estrutura, os princípios norteadores e as diferenças de linguagem”, iniciado no dia 1º de setembro.
Mariya Akulich demonstrou bastante interesse pelo debate, que teve como palestrantes o desembargador Augusto Francisco Mota Ferraz de Arruda e a juíza Carolina Nabarro Munhoz Rossi, coordenadora do curso. “Os problemas discutidos aqui – diferença entre os objetivos do jornalista e do juiz: verdade e justiça; responsabilidade do jornalista; mercado – também são discutidos na Rússia, porque acontecem no mundo inteiro, em razão da globalização”, afirmou, lembrando que, recentemente, um jornalista foi processado, em seu país, por assinar um artigo em que acusava de corrupção um magistrado de uma alta corte.
Nesse sentido, chamou a atenção para a questão da responsabilidade do jornalista: “Mesmo que o jornalista conheça a linguagem jurídica, pode escrever sobre fatos graves que não deveria divulgar, porque pensa que pode decidir e opinar sobre os fatos, quando, na verdade, só pode transmitir o que é decidido pelo juiz. Acontece muito de o jornalista interpretar os fatos, mas, quando escreve sobre o Direito, é preciso ser mais objetivo”, salientou. Ela acrescentou que os jornalistas russos têm cada vez mais conhecimentos sobre o Direito, pois existem diversas publicações sobre a área e muitos cursam Direito para depois se decidirem pelo Jornalismo.
Intercâmbio
Há um mês no Brasil, Mariya Akulich participa, como ouvinte, do curso de Língua Portuguesa e de disciplinas oferecidas pelo Departamento de Russo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Também assiste a algumas aulas na Faculdade de Relações Internacionais da USP. Ela revelou ter ficado impressionada com o conhecimento dos professores do Departamento de Russo: “Eles sabem mais sobre a cultura russa do que os próprios russos. Uma de nossas professoras conhece melhor o teatro russo do que os críticos locais”, salientou.
Mariya retorna a seu país no próximo dia 17 de setembro, quando deverá retomar as atividades da graduação – sua especialidade é Jornalismo e Relações Públicas e ela estuda as línguas portuguesa e inglesa. “Quero fazer minha monografia sobre as relações internacionais entre a Rússia e os países latinos, que é um tema em que não há muitas pessoas se especializando”, adiantou, lembrando que a Universidade de Relações Internacionais de Moscou é uma das melhores do país, sendo voltada para a formação de diplomatas e de outros profissionais. Após concluir a graduação, Mariya pretende aliar o trabalho como jornalista à pesquisa, desenvolvendo estudos sobre as relações internacionais relacionadas ao petróleo. “A União Européia depende do petróleo da Rússia, que é a base de nossa economia”, ressaltou.
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