Curso de Formação Inicial tem a participação de Mário Cortella e debates sobre internação compulsória e sobre a natureza social da atividade judicial

Na tarde do último dia 24, o filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella proferiu a exposição “Ética” para os juízes substitutos do 186º Concurso de Ingresso participantes do Curso de Formação Inicial da EPM. O evento teve a presença do diretor da EPM, desembargador Antonio Carlos Villen, do desembargador Antonio Carlos Malheiros e dos juízes Marcos Pimentel Tamassia, Luís Felipe Ferrari Bedendi e Ana Rita de Figueiredo Nery, integrantes da coordenação do curso.

 

Na abertura, Antonio Carlos Villen destacou a oportunidade que um encontro desses pode proporcionar aos novos magistrados. “Trata-se de uma experiência muito rica. Apesar da agenda apertada, Cortella se dispôs a vir nos transmitir todo seu conhecimento e sabedoria”.

 

Antonio Carlos Malheiros enfatizou a relevância do filósofo dentro do cenário nacional. “Ele nos fala com simplicidade, ensinando o segredo da felicidade. É uma pessoa que ajuda a caminhar”.

 

Em sua explanação, Cortella  explicou que ética é, antes de tudo, a capacidade de pensar as trajetórias que se têm ao longo da existência, a partir de uma vida honrosa. “A vida é muito curta pra ser pequena. A ética é uma escolha.”

 

Ele alertou para o fato de que a ética exige uma constante reflexão no sentido de não se acomodar frente aos fatos cotidianos, achando que todas as situações estejam funcionando de forma coerente. “Atualmente, estamos vivendo um momento turbulento no país, mas necessário para que não nos acomodemos e percamos a percepção de que a indecência pode ser colocada como sendo a conduta usual”.

 

Ampliando a concepção, Cortella mostrou que ética é ainda a capacidade de proteger a decência (dec em latim), que significa enfeitar, embelezar, ornar e está intrinsicamente ligada à capacidade humana de escolha e liberdade de decidir sobre as três questões da vida: “quero, posso e devo. Existem coisas que quero, mas não posso; que posso, mas não devo; e nem tudo que eu devo eu quero”, concluiu.

 

No período da manhã, o curso teve um debate sobre internação compulsória, com exposições dos desembargadores Antonio Carlos Malheiros e Luciana Almeida Prado Bresciani, conselheira da EPM, e participação do juiz Marcos Pimentel Tamassia.

 

O juiz e a sociedade

 

A programação dessa semana teve início no dia 23, com debates sobre o tema “O juiz e a sociedade: a natureza social da atividade”, apresentado pelo promotor de justiça Everton Luiz Zanella, pelo advogado Leonardo Sica, ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), e pelo defensor público Vitore André Zílio Maximiano. A atividade foi acompanhada pelo juiz Marcos Pimentel Tamassia.

 

Na parte da tarde, teve continuidade o estágio monitorado nas varas cíveis e criminais da capital.

 

FB (texto e fotos)


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