EPM e CIJ promovem seminário sobre bullying e uso seguro da internet

Encontro foi realizado no Fórum João Mendes Júnior.

 

 “Quem nunca se sentiu excluído, diminuído, humilhado ou passou vergonha na vida?” Com essa pergunta a palestrante Alessandra Borelli deu início ao seminário Bullying, ciberbullying e o uso seguro da internet, realizado ontem (21) na Sala do Servidor do Fórum João Mendes Júnior.

 

O evento teve a participação de 520 funcionários do Tribunal de Justiça – 120 presenciais e 400 na modalidade a distância. O tema tem trazido grande preocupação aos estudiosos, aos pais e, principalmente, instituições de ensino, pois é no ambiente escolar que os casos de bullying se proliferam.

        

O encontro, uma realização da EPM, em parceria com a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (CIJ), contou com a participação do juiz diretor do Foro Regional da Penha e integrante da CIJ, Paulo Roberto Fadigas Cesar, e do desembargador Antonio Carlos Malheiros, membro consultor da CIJ, que promoveu a abertura e apresentou as expositoras.

        

Primeira palestrante do dia, Alessandra Borelli é advogada e coordenadora do Núcleo de Combate aos Crimes contra a Inocência, da Comissão de Direito Digital e Compliance da OAB-SP. Segundo ela, que citou exemplos de pessoas famosas que sofreram situações de bullying, esses casos sempre existiram, mas o avanço da tecnologia fez com que o problema tomasse maior proporção. “O surgimento e uso massivo das redes sociais foram preponderantes para potencializar o sofrimento da vítima, pois muitas vezes o agressor se esconde atrás de um perfil anônimo”, explicou. “Na internet, diferentemente dos casos ocorridos no passado, as ofensas se perpetuam, pois são disseminadas de forma rápida e viral. Por isso, precisamos pensar nas nossas atitudes quando vamos divulgar ou compartilhar algo”, orientou.

        

Alessandra falou sobre a Lei nº 13.185/15, que institui o Programa de combate à intimidação sistemática em todo o território nacional. Para ela, a legislação estabelece diretrizes para combater o problema, mas, principalmente, determina a responsabilidade de escolas, clubes e associações recreativas. “Identificar uma situação de intimidação e buscar alternativas para solucioná-la não é apenas um problema da família daquele que está sendo atacado. Cabe às escolas ficarem atentas para assegurar medidas de conscientização, prevenção, e diagnose do bullying. Uma brincadeira pode doer muito e, em alguns casos, levar ao suicídio. Jamais se deve subestimar o sofrimento da vítima”, disse a advogada ao encerrar sua apresentação.

        

Em seguida, foi a vez de Lidia Pereira Gallindo, advogada, psicóloga clínica e conciliadora atuante no Foro Regional da Penha tratar do tema. Ela iniciou sua explanação falando sobre o bullying que sofria na época de escola. “Eu trocava o ‘B’ pelo ‘P’ e o ‘D’ pelo ‘T’ e, por isso, era motivo de piadas constantes na sala de aula.”

        

Lidia defendeu a tese de que a rápida evolução do ser humano e o surgimento da internet e das redes sociais proporcionaram maior visibilidade ao bullying, e ressaltou a importância da correta identificação do problema para se evitar um mal maior. “Caminhamos da era dos hieróglifos para a era digital em um pequeno lapso de tempo, mas uma característica do homem permanece inalterada: a ambiguidade. Há dentro de todos nós o amor e o ódio, o bem e o mal, o certo e o errado, e cabe a cada um agir de forma a não prejudicar o outro.”

        

Ao encerrar, a palestrante fez um alerta sobre a intimidação sistemática e suas graves consequências e falou sobre o comportamento correto diante de uma ocorrência. “O bullying é uma doença que pega, segrega e mata, mas é preciso nos posicionarmos de forma a combatê-la eficazmente, pois, seja qual for a origem da violência, seus resultados são sempre danosos e, muitas vezes, catastróficos.”

 

Após as apresentações, as palestrantes responderam a perguntas feitas pelos presentes e por servidores que acompanharam a transmissão pela internet.

 

AM (texto) / DG (fotos)


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