EPM e CIJ promovem seminário sobre transtornos alimentares e de imagem

Médica Ducati Ana Claudia Dabronzo foi a palestrante.

        

Foi realizado ontem (26), no Fórum João Mendes Júnior, o seminário Transtornos alimentares e de imagem – bulimia, anorexia, vigorexia e afins”, promovido pela EPM e pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo. A exposição foi proferida pela médica Ana Claudia Ducati Dabronzo. Mais de 600 pessoas acompanharam a palestra presencialmente e a distância.

        

O desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa, coordenador da CIJ, foi responsável pela abertura do evento. “É de suma importância a matéria hoje aqui a ser tratada”, ressaltou o magistrado. A palestrante é formada pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em Psiquiatria da Infância no Hospital das Clínicas e atuou no Cratod (Centro de Referência do Álcool, Tábaco e Outras Drogas), no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Infantil e no Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

       

No começo de sua fala, a médica definiu o que são os transtornos alimentares: “Eles são alterações primárias nos hábitos alimentares”.  Explicou que esse tipo de transtorno está ligado a fatores biológicos (como mudanças hormonais da puberdade), psicológicos (como baixa autoestima e ansiedade) e fatores socioculturais (como a imposição de padrões de beleza e saúde). “A mídia aproxima o que vemos na televisão de algo possível e, às vezes, essa é uma imagem deturpada”, salienta.

       

As principais doenças abordadas por Ana Claudia Dabronzo foram a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar. Segundo ela, uma pessoa que sofre com essa doença tem uma imagem distorcida de si mesma no que diz respeito ao tamanho e a forma do corpo e acaba tomando “um comportamento perturbado que visa esse peso baixo”.  Esse quadro leva o anoréxico a adotar dietas de pouquíssimas calorias, praticar atividades físicas de modo obsessivo, acreditar em conceitos nutricionais equivocados e ter raiva de si mesmo ao sentir fome. A maioria dos pacientes que sofrem com esse transtorno são mulheres.

       

Já a bulimia nervosa também está ligada a uma imagem deturpada de si mesmo, mas é um transtorno diferente da anorexia. “A pessoa come uma quantidade de comida exageradamente grande e depois busca uma forma de perder o que ela ganhou através de vômito autoinduzido, laxantes, diuréticos e jejum”, explica a médica.

        

No transtorno de compulsão alimentar, o paciente, assim como na bulimia, come quantidades exageradas de comida compulsivamente. Entretanto, não “apresenta nenhum método compensatório, como vômito autoinduzido”.

        

Após definir e abordar os principais sintomas desses transtornos, a médica explicou como são tratados: “O tratamento do transtorno alimentar é definido caso a caso. Não é um tratamento único para todos os pacientes”. A reabilitação alimentar e a terapia são armas muito utilizadas para combater os quadros adversos.  70% dos que sofrem com bulimia se recuperam de forma favorável com poucas recaídas e 50% daqueles que sobrevivem ao quadro de anorexia evoluem para uma recuperação por completo.

        

A médica recebeu certificado de participação entregue desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa. O seminário completo estará disponível no link http://www.nucleomedia.com.br/tjsp-cij daqui a 10 ou 15 dias.

 

AS (texto) / RL (fotos)


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