Teoria do apego é debatida em seminário
Exposição foi ministrada por Cristiano de Abreu.
No último dia 8, foi realizado no Fórum João Mendes Junior o seminário A teoria do apego e desenvolvimento da personalidade, promovido pela Coordenadoria de Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (CIJ), EPM e Coordenadoria de Apoio aos Servidores do TJSP (Caps).
A palestra foi ministrada pelo psicólogo Cristiano Ricardo Faedo Nabuco de Abreu, especialista em Psicoterapia Focada nas Emoções pela York Univertsity, no Canadá, com mestrado pela PUC-SP, doutorado pela Universidade do Minho, em Portugal, e pós-doutorado pela USP. Mais de 600 pessoas acompanharam o evento pelos modos presencial e a distância, que também contou com a presença do coordenador da CIJ, desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa.
Cristiano de Abreu coordena e participa de vários projetos e grupos, como o Núcleo de Psicoterapia Cognitiva de São Paulo. Também é colunista do UOL. Ele explicou o surgimento da Teoria do Apego, com estudos iniciados pelo inglês John Boulby, que observou crianças vítimas da guerra. O estudioso percebeu que os meninos e meninas acamados que ficavam próximos da área das enfermeiras interagiam mais com essas profissionais e, por essa razão, tinham mais chances de sobreviver. O palestrante explicou que esses estudos levaram à descoberta de um sistema de apego, herança de nossos ancestrais. “Trata-se da sensação de segurança que alguém nos oferece”, afirmou.
De acordo com Abreu, há três principais estilos de apego infantil. O “evitativo”, quando o cuidador é avesso ao contato e a criança apresenta comportamentos de desapego; o “seguro”, quando o cuidador é disponível, confiável, afável e a criança tem uma resposta positiva e se sente mal com a separação; e o “ansioso-ambivalente”, em que o cuidador é invasivo e causa comportamentos de protesto, estresse e sentimentos ambivalentes da criança em relação a ele.
Ao fim de sua exposição, o psicólogo participou de um debate com o público e recebeu certificado entregue pelo desembargador Antonio Carlos Malheiros. Também estava presente o juiz Paulo Roberto Fadigas Cesar. Ambos são integrantes da CIJ.
AS (texto) / AC (fotos)