EPM e CIJ promovem seminário sobre incentivo da autonomia em crianças e jovens
Evento foi realizado no Fórum João Mendes Júnior.
A Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (CIJ) e a EPM promoveram ontem (22) o seminário Autonomia: como incentivar seu desenvolvimento em crianças e adolescentes. O evento, realizado na Sala do Servidor do Fórum João Mendes Júnior, contou com a presença do juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça e integrante da CIJ, Iberê de Castro Dias. Mais de 800 pessoas acompanharam nos modos presencial e a distância.
Os palestrantes foram Anderson Portilho, engenheiro ambiental, graduando em Pedagogia e educador no Projeto Âncora; Lize Gabriele, educanda e jovem aprendiz no mesmo projeto; e Jady Santos da Mata, também educanda.
O projeto Âncora (www.projetoancora.org.br) mantém uma escola com um modelo inovador de ensino, que visa incentivar a autonomia e o senso crítico em estudantes de famílias que ganham até três salários mínimos, promovendo educação e assistência social. No início, tratava-se de um projeto do qual as crianças e jovens participavam paralelamente à escola, mas depois tornou-se uma escola de fato, que utiliza métodos inovadores de ensino, como não dividir os estudantes por idade. “Nós não temos divisão por série e essa decisão foi tomada com embasamento científico. Dentro da escola, assim como fora, a criança e o jovem se relacionam com outras crianças e jovens de todas as idades”, explicou Anderson Portilho.
O projeto se diferencia das escolas tradicionais pelo fato de todas as atividades serem guiadas por cinco valores essenciais: responsabilidade, respeito, afetividade, solidariedade e honestidade. Além disso, o estudante tem autonomia para, se necessário, e auxiliado por um educador, definir seu próprio cronograma de estudos. A intenção é que eles aprendam o que realmente lhes interessa, mas, ainda assim, há ocasiões em que precisam estudar algo que não lhes interessa tanto. “A gente não estuda só o que nos interessa o tempo todo. Às vezes, para chegar a algum lugar, eu preciso passar por outro”, explicou Lize, que definiu a pesquisa como a forma adequada para adquirir maior conhecimento sobre determinado assunto. “A partir de um sonho ou interesse, eu faço uma pesquisa. Por exemplo, eu quero fazer Engenharia Ambiental e pesquisei como funciona a profissão e onde eu posso trabalhar.”
Todas as decisões são tomadas pelas crianças e jovens, por meio de votações em assembleias. Eles também se dividem em grupos de responsabilidade, sendo que cada um desses grupos cuida de uma questão, como a comunicação. “As pessoas têm o direito de escolher de qual grupo vão participar, de acordo com seus interesses. Eu participo de dois, do bullying e de visitas”, explicou Jady.
Ao fim da palestra, o educador e as educandas responderam a perguntas do público. Além disso, cada um deles recebeu um certificado das mãos do juiz Iberê de Castro Dias.
AS (texto) / RL (fotos)