CIJ promove o seminário ‘Celebração da Semana Restaurativa’ na EPM
Celebração é feita em diversos países.
A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizou na sexta-feira (22) na EPM o seminário Celebração da Semana Restaurativa, com a participação a distância de profissionais dos estados de São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Piauí e Rio de Janeiro, entre outros.
A mesa de abertura foi composta pelo coordenador do Grupo Gestor de Justiça Restaurativa do TJSP, juiz Egberto de Almeida Penido; pela juíza Eliane Cristina Cinto e pela supervisora do Serviço de Justiça Restaurativa da CIJ, Andrea Svicero.
O evento foi aberto com uma performance de canto e violão da psicóloga Marília Marra de Almeida, gestora do Centro de Apoio e Desenvolvimento Institucional da Defensoria Pública, sobre a evolução das relações homem/mulher em bases de igualdade e companheirismo.
Egberto de Almeida Penido enalteceu o trabalho dos facilitadores: “fazem perguntas difíceis e lidam com situações que nos desafiam, inclusive para rever nossas crenças, hábitos e formas de ser e ver. Estamos inseridos em uma sociedade patriarcal que tem questões fortes de gênero, de raça, de classe e tantas coisas mais”, enfatizou, acrescentando que a ideia do encontro é ressaltar alguns aspectos que são trazidos pelo caminho da JR, as dinâmicas relacionais – que são em relação ao outro, mas são em relação a nós mesmos – as questões das violências estruturais e a interdisciplinaridade, com visões de mundo das diversas ciências e saberes.
Ele ressaltou que sente a Justiça Restaurativa como uma Justiça feminina: “essa energia maravilhosa que a Marília de Almeida trouxe, dando o tom, o pulso, a harmonia, através da arte do canto e da vibração, esses atributos do afeto, da sensibilidade e da matriz feminina da criatividade, que ela expôs. Eu vejo que a Justiça Restaurativa traz esse convite de transitarmos de dinâmicas de julgar para dinâmicas de criar”, constatou, frisanado que isso tem sido um grande desafio. “Nessa semana de celebração da Justiça Restaurativa, de maneira integrada com as instituições e a sociedade civil, buscamos focar esses avanços que estão sendo tão desafiados ultimamente”, observou.
Iniciando as exposições, a advogada Marina Dias, diretora executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, discorreu sobre a distinção entre Justiça Restaurativa e plea bargain.
A seguir, a assistente social Maria Edijane Alves, gestora de projetos culturais, pesquisadora e educadora social, dissertou sobre a relação entre a Justiça Restaurativa e a questão racial, sobretudo em relação à mulher negra.
A juíza Fernanda Souza Pereira de Lima Carvalho, responsável pelo Núcleo de Justiça Restaurativa de São Vicente e bailarina, fez uma intervenção artística de dança, com reflexão sobre a importância da expressão corporal para dar passagem às emoções, inclusive à dor.
Por meio de transmissão de vídeo, a psicóloga, facilitadora e formadora em processos restaurativos e circulares Fernanda Laender e a socióloga Heloísa Bonfanti expuseram o tema ‘Justiça Restaurativa e a questão de gênero’.
Na parte da tarde foram realizadas oficinas e dinâmicas de grupo para trocas de experiências e conhecimentos, com exposição das reflexões ao final.
A Semana Restaurativa é celebrada em mais de 18 países na terceira semana de novembro para promover ações e reflexões direcionadas aos facilitadores e às instituições, visando fortalecer seus atores e disseminar a prática da Justiça Restaurativa.
O seminário pode ser acessado no endereço eletrônico: http://www.nucleomedia.com.br/tjsp-cij.
RF (texto e fotos)