EPM e Escola Nacional da Magistratura da França realizam curso de formação de formadores
Evento deu início ao convênio firmado entre as escolas.
Foi realizado ontem (31) o curso de formação de formadores Intervisão: uma metodologia de aprimoramento da Justiça – a experiência francesa e sua introdução em São Paulo, promovido pela EPM e pela Escola Nacional da Magistratura da França (École Nationale de la Magistrature - ENM), com exposições dos magistrados franceses Anne-Marie Morice e François Touret de Coucy. O evento foi a primeira atividade do convênio de cooperação celebrado entre as escolas.
Na abertura dos trabalhos, o diretor da EPM, desembargador Luis Francisco Aguilar Cortez, agradeceu a participação de todos, em especial do juiz Eduardo Rezende Melo, por viabilizar o evento e o convênio com a ENM, e dos magistrados franceses Héloïse Verweyen, Valéria Culioli, Anne-Marie Morice e François Touret de Coucy, que participaram da organização do curso e do convênio. Ele ressaltou a honra pela realização do curso e a importância da parceria estabelecida entre as escolas. “O tema de hoje diz respeito à vida humana e ao interesse de um bom serviço público”, salientou.
O juiz Eduardo Melo, coordenador do curso, agradeceu o apoio da direção da EPM e a colaboração dos magistrados franceses para a realização do evento e celebração do convênio, bem como a participação dos juízes no curso. Ele lembrou que estagiou em Paris para conhecer melhor a experiência francesa e percebeu que a intervisão seria muito positiva. E citou pesquisa sobre formação especializada na área da Infância e Juventude promovida pela Associação Internacional de Magistrados da Juventude e da Família, integrada por ele, que constatou que a França se destaca em relação à profundidade, consistência e suporte prestado aos juízes “A parceria é extremamente oportuna e teremos muito a aprender. É importante que coletivamente possamos iniciar uma nova oportunidade de formação, aprendizagem e aprimoramento”, enfatizou.
Falando em nome da ENM, Héloïse Verweyen agradeceu a todos e salientou a felicidade de participar da divulgação da metodologia inovadora da intervisão como modalidade de formação de magistrados.
Anne-Marie Morice e François Touret de Coucy explicaram que a intervisão é um método benevolente de observar e refletir sobre as práticas profissionais dos magistrados como estratégia de aprimoramento da qualidade da Justiça. Eles frisaram que o método se apoia na reciprocidade, pois os juízes escolhem um par e fazem trocas sobre suas práticas profissionais. Salientaram também que a prática é voluntária, há liberdade de escolha do colega com base na confiança, absoluta confidencialidade entre os pares e não há laço hierárquico. E acrescentaram que o observador se afasta das atividades e consagra meia jornada à intervisão de seu colega, em audiência pública ou em segredo de justiça.
Os expositores discorreram ainda sobre as vantagens da intervisão, os itens a serem analisados e como compartilhar as observações com o colega de maneira amigável, de modo a levá-lo à autoreflexão sobre pontos de melhoria. Os magistrados assistiram a uma audiência baseada em fatos reais e analisaram como poderiam apresentar uma devolutiva de forma benéfica ao observado. Por fim, discutiram como implementar a prática no TJSP.
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